O estresse faz parte de nossas vidas desde o tempo de nossos ancestrais primitivos e tem a ver com a sobrevivência. No imaginário do senso comum, o estresse é tido como um vilão, algo que devemos temer, mas é um equívoco encará-lo de forma tão reducionista.

De acordo com McEwen, a palavra estresse geralmente é explicada como uma resposta de luta ou fuga, mais exatamente, quando o cérebro interpreta algumas situações como ameaçadoras, ele desencadeia uma reação de caráter defensivo no corpo: lutar ou fugir. Essa é uma resposta adaptativa a mudanças no ambiente físico e social.

O estresse pode ser bom ou ruim.

Ele é bom quando nos mobiliza a atingir um objetivo desejado, como passar em provas, concursos ou entrevistas de emprego e quando temos recursos pessoais e sociais de apoio para enfrentar algo de ruim que nos acontece.

Porém, quando nos faltam esses recursos pessoais e sociais a longo prazo, o estresse é um mal, pode desencadear má saúde física e/ou mental.

O estresse afeta a saúde e bem-estar de uma pessoa por meio de influências sutis e de longo prazo no seu ambiente físico e social, tais como relações familiares, laços de vizinhança, falta ou excesso de trabalho, ambiente desorganizado, ruidoso, poluído, comer de forma não saudável, não praticar atividade física, consumir muito álcool e fumar.

Tudo isso contribui para alterar nossos ritmos biológicos naturais que tem a função de nos ajudar a uma adaptação saudável para nos manter vivos. Some-se a esse conjunto de carga de estresse, a sobrecarga imposta pelo racismo estrutural e outras desigualdades que cobram um preço alto de determinados grupos sociais, minando não só seu potencial de desenvolvimento humano, mas privando-os de boa saúde.

Para tirar proveito do estresse é preciso entender que o cérebro é o grande maestro dessa orquestra que é o nosso corpo; então acalmar a mente é uma estratégia eficaz de gerenciamento do estresse. Você pode tentar algumas ações eficazes e de baixo custo para manter o bom estresse, ganhar mais saúde e aproveitar mais a vida:

Práticas de atenção plena / mindfulness podem reduzir a intensidade do estresse e da ansiedade. Tente esta prática de respiração consciente.

Procure um lugar onde você possa ficar tranquilo, sem interrupções, para focar na sua respiração por apenas um minuto.

  1. Comece com uma inspiração e uma expiração bem lentas, mantendo um ciclo respiratório que dure aproximadamente 4 segundos na inspiração e 4 na expiração.
  2. Inspire pelo nariz e expire pela boca, deixando a respiração fluir sem esforço para dentro e para fora do corpo.
  3. Abandone todos os seus pensamentos e, por alguns minutos, deixe de lado todos os projetos, ideias, as coisas que você precisa fazer hoje. Simplesmente deixe que os pensamentos surjam e vão embora por conta própria enquanto você foca na respiração.
  4. Preste atenção na sua respiração, concentrando sua atenção no movimento produzido pelo ar entrando no seu corpo e enchendo-o de vida e depois saindo dele e deixando-o limpo.
  5. Quando estiver pronta, você pode concluir devagar a sua prática de respiração consciente e levar essa qualidade de atenção para suas atividades diárias.

Praticar atividade física regular – caminhar todos os dias ajuda a ativar uma região do cérebro chamada hipocampo, que é essencial para a orientação espacial e também melhora a memória e o humor.

Referência:

McEwen, Bruce, “How stress works in the human body to make or break us”. AEON. 11 de julho de 2017.

Disponível em <https://aeon.co/essays/how-stress-works-in-the-human-body-to-make-or-break-us>. Acesso em  18 de abril de 2020. 

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